segunda-feira, 23 de abril de 2012

Código Florestal: sem acordo, deputados devem impor derrota ao Planalto na votação desta terça



A dois meses da Rio+20, conferência ambiental que terá o Brasil como vitrine, a Câmara está na bica de propiciar a Dilma Rousseff uma segunda derrota na votação do Código Florestal. Nesta terça (24), os deputados votarão uma proposta de código redigida por Paulo Piau (PMDB-MG).
Carrega 21 alterações ao texto que o Senado aprovara e que Dilma adorara. Restaura parcialmente os termos de uma proposta que, em votação anterior à dos senadores, a Câmara referendara no ano passado. E Dilma detestara. A cereja do bololô são as chamadas APPs (Áreas de Preservação Permanente).
Na versão que Dilma aprecia, os produtores rurais que desmataram as margens dos rios seriam obrigados a replantá-las. Para cursos d’água de até dez metros de largura, a recomposição teria de alcançar 15 metros de vegetação. Na fórmula de Piau, que Dilma deplora, essa obrigação some.
Em nota levada ao Twitter na noite passada, o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB, escreveu: “Semana quente. Código Florestal sem acordo . Vai para o voto num clima tenso. TV transmite. Terça. Vou defender relatório Piau.” Alcançado pelo blog, Henrique disse que vai usar as 24  horas que antecedem a votação para tentar retirar o governo da posição de Napoleão a caminho de Waterloo.
“Chego a Brasília nesta segunda (23). Vou procurar os ministros envolvidos com o tema para ver se conseguimos chegar a um entendimento. Um assunto dessa importância merece que a gente se empenhe pelo acordo até a última hora”, disse o líder pemedebê.
E se prevalecer o dissenso, como parece provável? Bem, nesse caso, “vamos para o voto. Democracia tem dessas coisas. Uma hora a maioria precisa decidir.” Estima-se que a maioria de que fala Henrique, composta de agrodeputados e colegas simpatizantes, ultrapassa em muito a fronteira dos 300 votos.

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